O Doce Que Faz Bem
Receitas Especiais para Gordinhos e Diabéticos
Zélia Maria Guerra Simões
Dizem as boas linguas que, quando Deus criou os homens, deu especial atenção à criação dos sentidos.
Por saber tudo, sabia que é através do olfato, tato, visão, audição e paladar que suas criaturas poderiam perceber mais facilmente a magnificência do Universo.
Contam que foi em momento de grande contentamento que Ele criou o paladar e o sabor doce.
Deus sabia que muita carência seria sentida até cada homem descobrir dentro de si o amor pleno. Por isso, criou o sabor doce: para quando os homens saboreassem uma fruta doce, ela lhes oferecesse um consolo, um afago e eles pudessem ter a certeza do seu acolhimento e carinho através dos alimentos.
Esta história é muito antiga e de lá até hoje, os homens evoluíram muito em alguns níveis. Descobriram, por exemplo, como extrair açúcar da beterraba, da cana. Refinaram o açúcar, misturaram-no ao cacau e criaram o chocolate. Inventaram mil receitas, de geléia, ovo de páscoa, balas e quindins. Só que os homens evoluíram muito pouco em relação ao amor e isso os deixou vazios.
Equivocadamente passaram a buscar fora, o afeto que não encontraram dentro. Entre outras coisas, tornaram-se ávidos consumidores de açúcar. Então o açúcar foi chamado de especiaria e foi motivo de descoberta e de lutas. E os excessos foram tantos, que o açúcar acabou até mal visto por quem quer conservar a saúde. Mas, nem por isso, menos atrativo.
Diz a lenda que Deus olhou para confusão reinante e, na Sua infinita paciência, perguntou:
Por que será que os homens não usufruem de suas carências para impulsioná-los a encontrar uns com os outros, a si mesmos e ao amor? Por que preferem distorcer as coisas e usar tão indevidamente o mimo que lhes dei através do sabor doce? Onde será que foi parar a semente da sabedoria que coloquei nos homens?
Quando eu soube do projeto do livro O Doce Que Faz Bem, tive a certeza de que D. Zélia já havia encontrado a sua semente de sabedoria.
Não é de hoje que sei que D. Zélia Guerra entendeu o recado do sábio que disse que sabor e saber têm a mesma origem, ela trata de partilhar conosco, seu conhecimento através de suas receitas, dicas e dedicação.
O Doce que Faz Bem é um livro da sabor amoroso, dedicado aos que foram obrigados a renunciar ao excesso de açúcar como as crianças diabéticas.
Sua proposta pode beneficiar a todos nós, gordinhos ou não, que necessitamos reencontrar a harmonia do paladar através de receitas afetuosas que nos alimentam e nos acariciam.
É trabalho de despertar a esperança e o sonho de ver os homens e mulheres de boa vontade darem as mãos aos poetas e cientistas, aos médicos e pais, para juntos trocarem seus sentimentos e conhecimentos e, assim, encontrar tratamento para nossos corpos e almas, de uma forma ampla.
Que nos ajude a tornar mais saudáveis, amáveis, capazes de usufruir o prazer da doce dádiva que é viver. Obrigada, Zélia!!