Conheço João Celso há algumas décadas. Sempre estivemos na trilha dos que buscam a integração da realidade com os sonhos, um mundo melhor e mais curado. Como tantos outros buscadores que encontramos no caminho, ambos somos médicos, tivemos formação de excelente qualidade para atender os nossos pacientes e as demandas de seus corpos físicos. Mas, nossos pacientes e nem nós mesmos nunca coubemos apenas na realidade do corpo físico. E isto nos fez abrir as margens dos conhecimentos e dos limites do que era nos dito como verdade. Éramos jovens e o anseio da cura e de uma vida mais ampla nos ofereceu força para superar os medos e solidões que ocorrem neste tipo de travessia. E cada qual com sua essência foi se norteando com a bem aventurança que move a existência. Desvendando o caminho do autoconhecimento, que é cheio de ilusões e labirintos, mas fundamental para manter alguma lucidez nas tormentas e êxtases de quem se aventura nos além-mares do mundo normótico.
Paro aqui para sorrir. Porque ainda hoje, é o que desejo para mim mesma, meus conterrâneos e sucessores no planeta Terra. A liberdade de buscar e viver a bem aventurança onde os mundos visíveis e invisíveis se encontram e se integram, oferecendo um sentido às tarefas dos dias e das noites. Sei que João Celso viveu isto muitas vezes e só isto bastaria para valer a pena mergulhar no que ele tem a nos dizer.
Nosso autor é múltiplo, um peregrino nato com muitas facetas e vidas. E, às vezes, retorna com presentes de terras e buscas longínquas. Recebi seu novo livro Tríade, em nome da mãe, do pai e do filho, como uma especiaria do seu percurso na dança dos princípios Feminino e Masculino.
Que nós, leitores, sejamos agraciados com esta consciência, com este acasalamento, dentro e fora de nós, e com sua imensidão de possibilidades! Que no eterno agora, nos deixemos ser abraçados pela celebração do Universo a que chamamos de Vida!
Amar é transgredir-se, nos lembra Guimarães Rosa. E amar é acasalar com a vida acima da morte. Portanto, transgrida e encontre seu convite para essas bodas. Ele é vitalício.